Sempre que pensamos em Star Wars, a primeira coisa que vem à nossa mente são os Jedi e seus sabres de luz, ou talvez as grandes naves atravessando a galáxia, ou até, para o público mais recente, os mandalorianos e seus mantras.

No entanto, existe um personagem que poucos se lembram de imediato, mas que teve papel decisivo na trama de Star Wars ao longo dos 47 anos de sua existência. Esse pequeno, mas marcante personagem, é R2-D2.

ROBÔS NO CINEMA

Ao longo da história do cinema, os robôs foram representados de diversas formas, seja através de uma inteligência artificial, como é o caso de Hal (2001: Uma Odisséia no Espaço) e Jarvis (Homem de Ferro), ou com uma estrutura humanoide, como T-800 (O Exterminador do Futuro), Andrew (O Homem Bicentenário). Também existem rôbos como T.A.R.S. (Interestellar), que possuem uma estrutura física nada convencional.

Mas o que todos esses robôs têm em comum: uma representação humana, seja em alguma característica física, ou na expressão da voz. Tais representações, por mais sutis que sejam, são importantes para que o público consiga se conectar a esses personagens e ter empatia por eles na trama.

Então, como é possível criar um personagem robô que seja significativo para o enredo de um filme, sem que ele tenha relação alguma com a espécie humana?

A CRIAÇÃO DE UM CONCEITO

Criado por George Lucas para o primeiro filme da saga (Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança), R2-D2, também conhecido R2, ou Artoo, é um personagem completamente diferente dos padrões, por não possuir estrutura física humana e nem uma voz reconhecível ao público.

Portanto, o personagem precisaria de recursos narrativos para que funcionasse na trama. Para isso, Lucas se apoiou em outro robô: C-3PO, fiel companheiro de R2.

Funcionando como um tradutor para o público, C-3PO explora e esclarece a personalidade de R2 de forma primorosa no roteiro, pois mesmo que não possamos entender o que R2 diz, seja pela falta de expressões faciais ou pela comunicação não-verbal, conseguimos entendê-lo apenas pelas reações de C-3PO ao seus sons mecânicos. Assim, Lucas fez com que toda a motivação de um personagem fosse apresentada e construída através de outro.

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DANDO VIDA A UM ROBÔ

Para a sua construção, Lucas estava limitado aos recursos da década de 70, assim como o orçamento baixo que tinha para seu filme. Por essas razões, o diretor não poderia usar nada de alta complexidade.

Utilizando de toda a sua criatividade, resolveu criar um robô que pudesse se mover, mas com uma engenharia inusitada. Com 1,12m de altura, R2 não poderia ser conduzido por um adulto, muito menos de forma eletrônica. Foi quando Lucas teve a ideia de escalar uma pessoa com nanismo para controlá-lo e também interpretá-lo. Para conduzi-lo, esse ator possuía dois mecanismos internos para mover R2 pelo cenário. Esse ator foi Kenny Baker:

Posteriormente, para os episódios I, II e III, a produção utilizou controles remotos para conduzir R2 nas cenas. Ainda assim, o ator Kenny Baker fez participações e atuou como consultor nos filmes subsequentes. Infelizmente, veio a falecer em 2016, mas sempre foi creditado como o intérprete oficial de R2 em toda a saga.

Para os sons de R2, foi crucial a participação de Ben Burtt, responsável pela sonoplastia da obra. Para criar os famosos bipes do personagem, Burtt utilizou de voz de bebê gravadas por ele mesmo, as sintetizando e adequando às reações de R2 no roteiro. Com isso, o personagem teria ruídos estridentes, leves, suaves e até enérgicos para se expressar. Esse ponto foi crucial para R2 ganhar identidade e empatia do público.

Burtt também é conhecido pela sonoplastia em os sucessos, como E.T. – O Extraterrestre e Wall-E.

PAPEL NA TRAMA

Mesmo com todas as suas peculiaridades, R2 possui participação ativa em toda a obra, sendo presente nos 9 filmes lançados até o presente momento.

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Em sua primeira participação, o pequeno robô é o responsável por levar a mensagem que moverá o herói da trama, se tornando seu aliado durante toda a sua jornada.

Ao longo da saga, descobrimos que R2 também foi companheiro do icônico Darth Vader quando este era um Jedi, sendo o único personagem que testemunhou os acontecimentos que o levaram à sua tragédia. Ainda vale ressaltar que, ao contrário de C-3PO, R2-D2 não teve sua memória apagada após esses eventos.

Com sua habilidade em “hackear” sistemas de naves ou instalações inimigas, o robô também foi determinante em vários momentos de emergência ou fuga do grupo de heróis, os salvando por diversas vezes. Suas tomadas de decisão também contribuíram muito para moldar sua personalidade.

Por fim, R2 é considerado um personagem corajoso e que não mede esforços para fazer o que estiver ao seu alcance em prol de seus amigos.

LEGADO

Pelo seu design tão único, R2-D2 é reconhecido facilmente por qualquer pessoa, seja fã ou não, tendo destaque em convenções e diversos eventos pelo mundo.  

O personagem também abriu portas para outros robôs na saga. Seu design foi inspiração para Chopper (Star Wars Rebels) e BB-8 (Star Wars – Episódio VII: O Despertar da Força).

Uma coisa é certa: dentre todos os personagens de Star Wars, R2-D2 é, sem dúvida, um dos favoritos de muitos admiradores da saga, marcando várias gerações de fãs.

By T. Benedicto

Desde criança, é amante de grandes narrativas, tanto literárias quanto cinematográficas. Por isso, usou de todas as suas referências para criar sua própria ficção. Lançou o primeiro livro de sua saga de distopia em 2023, e busca consolidar sua carreira como escritor.

One thought on “Especial Star Wars Day: Como R2-D2 mudou a forma como vemos robôs no cinema”
  1. R2 é um primor de personagem. Muito bom saber mais sobre ele, ainda mais no dia de hoje.
    #HappyStarWarsDay
    #MayThe4thBeWithYou

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