Uma das melhores adaptações do herói.
No Natal de 1993 estreava nos cinemas o primeiro filme de animação do homem-morcego, Batman: Mask of the Phantasm (Batman — A Máscara do Fantasma, no Brasil). A animação foi a aposta da Warner após o sucesso da série animada na Fox. Eric Radomski e Bruce Timm assinam a direção. Allan Burnett e parte da equipe de Batman: The Animated Series assumem o roteiro e em apenas oito meses de produção entregam uma animação memorável. Nesse caso, alcançando seu maior prestígio após o lançamento em VHS. O filme sofreu com as decisões da Warner quanto a forma de distribuição, devido a isso o retorno do lançamento no cinema fosse abaixo do esperado. Entretanto, a qualidade prevaleceu, transformando-o assim em um clássico do gênero.
No filme, Batman tenta descobrir a identidade de Fantasma, um novo vilão que busca atacar chefões do crime organizado de Gotham. Suas ações fazem com que a polícia e a cidade comecem a crer que Batman é o responsável pelas ações de Fantasma.
Aqui temos uma Gotham extremamente bem ambientada e estilizada, semelhante ao que os filmes de Tim Burton mostraram poucos anos antes. Uma vez que, a cidade têm sua devida atenção levando em conta que ela é, de certa forma, uma personagem em toda história da franquia Batman. Com certeza em Batman — A Máscara do Fantasma, nota-se uma Gotham atemporal. Essa atmosfera resulta da mistura de elementos dos filmes estrelados por Michael Keaton e da ótima série de animação lançada um ano antes.
Além disso, o uso de sombras nos traços dos personagens, já usados anteriormente pela série animada, faz com que haja uma familiarização maior do espectador com o filme. Assim, o uso dos cenários fechados e dos prédios da cidade são muito bem aproveitados. Aqui há uma clara inspiração em filmes Noir desde o desenvolvimento do seriado até a produção do filme. Isso engrandece o personagem Batman, oferecendo-lhe um tom mais sombrio e maduro ao herói.
Os arcos tratados na trama envolvem o Fantasma, novo vilão e os segredos por trás dele. A ligação entre Bruce Wayne e Andrea Beaumont que utiliza flashbacks para desenvolver o romance e explicar as motivações dos dois personagens no presente. Por fim, o arco do Coringa é bem desenvolvido e muito divertido. Afinal, isso se realiza por dois motivos: a ótima escrita do personagem, a forma que ele seria utilizado para o roteiro e pela grande interpretação de Mark Hamill que dá a voz ao personagem.
A trilha sonora é fantástica e funciona perfeitamente durante toda a rodagem. Shirley Walker faz um ótimo trabalho aqui. A compositora se inspira muito no que foi feito anteriormente nos filmes de Tim Burton, que têm a célebre trilha do ótimo Danny Elfman. Em Batman: A Máscara do Fantasma há grandes cenas acompanhadas por excelentes composições em especial no terceiro ato do filme. A escolha da música que encerra o longa e que acompanha os créditos finais é surpreendente e bastante curiosa e fecha o filme com chave de ouro. “I Never Even Told You” interpretada por Tia Carrere, encanta o espectador ao final do filme e remete ao romance vivido por Bruce Wayne e Andrea Beaumont.
Desde já, adianto que existe um respeito muito grande da minha parte por essa obra. Porém, é possível encontrar falhas que a impedem de ser perfeita. A falta de desenvolvimento do vilão Fantasma e seus poderes não colaboram para o andamento do longa-metragem o que tira levemente o espectador da trama. Devido a isso a ruptura na história e no tratamento dos vilões é bastante brusca. Além disso, há uma exagerada visibilidade para um vilão em específico na segunda metade do tempo de rodagem. Embora, seja necessária para o desdobramento do enredo, porém dá a sensação de que uma subtrama, toma o espaço de todo o filme. Assim, toda a construção do personagem de Bruce Wayne feita anteriormente se perca dentro dos 76 minutos de filme. Felizmente não é o suficiente para esquecer o quanto a adaptação do personagem de Bruce Wayne/Batman é interessante e inesquecível neste longa.
Batman — A Máscara do Fantasma merece todo o status que tem dentro da história de animações do homem-morcego. É bonita, densa, bem construída e muito impactante.
NOTA: 9/10
Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.