Animações enquanto forma de arte:
A criação do cinema em 1895 com a projeção de curtas como “ A chegada do trem à estação
de La Ciotat” foi um abalo no mundo da arte, porém antes mesmo de existir projeção de
imagens reais havia a animação .As origens da animação remontam a 1892 com os primeiros
desenhos animados sendo do francês Émile Reynaud, enquanto que no cinema o primeiro
longa animado foi “El Apóstol”(1917) do diretor argentino Quirino Cristiani. A animação por
muito tempo andou lado a lado com o cinema, técnicas de animação foram crescendo e se
aprimorando e sendo utilizadas em diversos filmes diferentes, mas não apenas a animação foi
importante para o cinema evoluir para ser como é hoje, como ela faz parte do que a 7 ° arte
representa como um todo.


Conforme o cinema foi ganhando espaço a animação ganhou espaço juntos com muitos
filmes sendo precedidos por curtas animados antes da exibição deles, até que com o tempo
longas inteiros foram feitos em formato de animação, utilizando várias técnicas diferentes, a
tradicional desenhada a mão, rotoscópia no qual se animava a partir de referências e quadros
reais, entre outras técnicas. Esses longas animados se provaram ser um enorme sucesso de
público e uma maneira única e maravilhosa de artistas e criadores colaborarem para contar
histórias de uma maneira que nunca poderiam ser contadas por filmes live-actions
Talvez a maior magia de uma animação seja o fato de ela dar vida para algo que é apreciado
e feito pela humanidade desde suas origens, pinturas. Uma animação consegue fazer que uma
pintura não seja apenas uma pintura, uma história não ser apenas uma história, mas sim algo
vivo de maneiras nunca pensadas antes, por causa dessa magia animações conseguiram algo
muito difícil para qualquer obra de arte, encantaram o imaginário das crianças e jovens.


Animações nunca foram concebidas com algo especifico para o público infantil, tanto que
muitas animações antigas eram voltadas mais para adultos, porém com a popularização da
animação entre o público infantil começou a se criar um certo preconceito principalmente no
cinema em que animação passou a ser considerada uma forma inferior de filmes feita
exclusivamente para crianças. Algo errado de se pensar, pois mesmo se fosse o caso de
animação ter como alvo o público infantil isso não a tornaria inferior de nenhuma forma.
Porém esse preconceito foi se alastrando bastante em Hollywood dos anos 30, porém uma
figura importantíssima ajudou a mudar a visão geral que se tinha sobre animação e fazer com
que filmes animados ganhassem respeito como obras de arte validas, essa figura era Walt
Disney.

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Em seu primeiro longa metragem animado “Branca de neve e os sete anões” Disney provou
que os filmes animados poderiam atingir todos os públicos e que mais do que só uma
ferramenta para contar histórias, animação era arte e cinema de uma forma mais pura e
honesta possível. Depois com o tempo a animação foi elevada para outro patamar além
Disney, vários estúdios diferentes com formas diferentes de se fazer animação foram criadas

todos com seus próprios ideais, estilos e forma de se fazer animação, hoje é fantástico as múltiplas formas que animações permitem contar histórias, porém uma nova onda de filmes esta fazendo se reabrir o debate da animação enquanto uma obra válida de audiovisual.

A questão dos Live-actions:

Uma nova tendência de filmes são os chamados Live-actions termo que se refere a releituras
de filmes em animação com pessoas reais ao invés de animação. Isso ironicamente começou
pela Disney, a mesma empresa que na sua fundação trouxe a animação de volta ao prestigio
de uma obra audiovisual valida. Essas releituras de animações são algo muito valido, o cinema
é repleto de filmes que passam por diferentes versões ao longo dos anos e é sempre
interessante trazer novas visões para uma história.


O grande problema nasce do ponto em que esses filmes deixam de ser apenas releituras de
animações e passam a transcrever todos os elementos dos seus filmes originais para o live-
action de forma que esses filmes não tenham nada a agregar para a história original sem ser o
realismo extremo e sem o cartunesco que apenas uma animação pode propor
Isso é ruim, não apenas por conta da qualidade dos filmes, mas pela mensagem que esse
tipo de releitura passa. Uma mensagem de que animação por ser uma mídia inferior precisaria
de uma “adaptação” para o realismo de um live-action. Muito se discute sobre como esses
filmes tem como principal interesse o lucro baseado na nostalgia dos filmes anteriores, de fato
uma questão importante, porém não é apenas esse o problema, uma coisa muito forte
acontece com a popularização desses filmes, a deslegitimação dos filmes originais em
animação.

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Muito da campanha de venda desses filmes está em recriar cenas dos filmes animados de
forma idêntica, mas ao mesmo tempo se venderem como algo melhor e atualizado de forma
que a obra original precisou de uma revitalização em live-action para continuar tendo impacto.
Esse tipo de pensamento é perigoso e apesar da Disney atualmente ser a maior
representante disso é algo que está lentamente começando a se espalhar para outros setores,
é preciso acima de tudo entender que animações moldaram o cinema como ele é hoje e
precisam ter seu legado respeitado e acima de tudo tratados não como mídia inferior ou algo a
ser adaptado e sim como obras de artes e maneiras únicas de se contar histórias.

Texto Por Gab Tavares – Gab Tavares (@gabt1765) | Instagram

By Don

Crítico, Nerd, Gamer que sabe que a verdade está lá fora. Viciado em séries, cinema e cultura pop em geral. Diretor de dois curtas metragens mas que hoje prefere atuar nos bastidores. Sonha em um dia visitar Hogwarts e o Condado e deseja que a força esteja sempre com você.

One thought on “Uma análise sobre animação e a problemática dos live-actions”
  1. Texto muito massa. Concordo plenamente, acho que as pessoas precisam se concientizar disso como consumidoras da sétima arte! Live actions são uma questão muito interessante que precisa ser abordada criticamente!

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