1.Sobre o papel da crítica.

Desde que a humanidade se entende por si ela produz arte, algo que está intrinsecamente
ligada a cultura, contexto e a sociedade a qual é produzida.Da mesma forma a crítica da arte é
algo inerente a ela própria, é com a crítica que a arte vai constantemente mudando e
evoluindo, a crítica não serve apenas de reflexo sobre as qualidades da obra em si, mas sobre
o contexto de quem a realiza.
O crítico é aquele que por suas vivências e conhecimentos adquiridos sobre determinada
possui bagagem para fazer análises aprofundadas sobre elas e que no geral mesmo não
podendo ser utilizados como verdades exatas sobre qualidade ou não de alguma obra devido
ao fato disso ser algo subjetivo.Porém o crítico traz argumentos mais aprofundados para
transmitir a sua opinião que acabam enriquecendo a experiência da arte, fazendo ela deixar de
ser algo passiva e sim tema de debates e análises que podem servir para transformar e evoluir
a arte em questão, assim como a sociedade que a consome.
Enquanto ao que diz respeito de crítica de cinema, pode se dizer que a arte de se fazer
cinema só evoluiu graças a crítica, pois foi a partir de críticas que o Audiovisual deixou de ser
apenas atração de circo e começou a ganhar status de arte e assim se espalhando para todos
os cantos do mundo com obras múltiplas ricas da cultura de quem a produz

2.Sobre a relação obra-fã.

Assim como qualquer arte o cinema gera obras que conseguem captar o emotivo do
público, quando esse emocional é captado a obra deixa de ter uma ligação impessoal com o
público e muitas vezes torna-se pra quem consome algo interno e precioso, esse preciosismo
com as obras acabaram gerando um grupo normalmente denominado de fãs ( palavra
derivada de fanatismo, mas sem o teor ofensivo da mesma)
Ser fã de uma determinada obra não é algo que impeça qualquer pessoa de ter um olhar
mais crítico para obra e querer usa-la para levantar alguma discussão ou problemática, porém
justamente pela obra conseguir tocar no emocional intimo dos fãs isso acaba contribuindo
para existir a necessidade de validação para com a obra, que é esperar que as críticas e todos
os outros validem a opinião deles sobre a obra como verdades universais e automaticamente
descredibilzem ou rebaixem quem emitir algo contrário a isso
Ao contrário da crítica que busca a abertura de discussões sobre a obra, o fã extremista
busca afirmação, uma afirmação para algo que se tornou parte dele logo possui um instinto
natural de defender ou ir contra aquilo que na sua visão destoe do que está com ele

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Porém não é como se ser fã fosse necessariamente algo que gere busca por validação, é
admirável o quanto obras podem marcar o intimo de seu público, como obras podem gerar
pessoas que apenas por amor pela obra se dedicam a estudar seus detalhes, entender suas
conexões elaborarem uma relação maior do que apenas assistir determinado filme.

3.Sobre a relação crítico vs fãs

Logo há muitas situações que algum crítico em determinada obra acabe entrando em
impasse com a comunidade fã dessa obra justamente pela relação de ambos ser diferente,
nessas situações não há um lado mais correto que o outro, pois a arte por ser algo pessoal e
subjetivo. Porém há dois caminhos que esse tipo de impasse pode gerar
A crítica pode virar justamente um campo de debate no qual os fãs trazem seus
conhecimentos e opiniões sobre a obra e o crítico traz seu repertório pessoal e mesmo que
não seja definido um ponto exato sobre qualidade da obra, a discussão e os diferentes pontos
de vistas por si só já enriquecem a experiência de quem a consumir e de quem discute por si só
Porém por outro lado pode acabar gerando uma reação oposta tanto por parte da crítica
quanto por parte dos fãs, da busca pela superioridade intelectual perante a obra no qual os
dois lados acabam se invalidando e muitas das vezes as pessoas em questão partindo pra
ignorância, a situação deixa de ser sobre a obra e sim uma briga entre lados gerada pelo nada
que não resultara em nada além de frustações
Portanto a relação crítica e fãs não é algo necessariamente oposta, tanto que é possível
ser crítico daquilo que se é fã e é possível ser fã daquilo que se critica, no final o que vale é a
relação de quem se consome com a obra e a possibilidade de um debate de ideias que
enriqueça não apenas a obra, mas a todos neles.

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Texto Por Gab Tavares – Gab Tavares (@gabt1765) | Instagram

By Don

Crítico, Nerd, Gamer que sabe que a verdade está lá fora. Viciado em séries, cinema e cultura pop em geral. Diretor de dois curtas metragens mas que hoje prefere atuar nos bastidores. Sonha em um dia visitar Hogwarts e o Condado e deseja que a força esteja sempre com você.

One thought on “Uma Análise da Relação Crítica-Fã”

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