Poucas coisas em Mouse Trap: A Diversão Agora é Outra parecem fazer sentido. Temos um assassino que, sem explicação, se teletransporta; um grupo de personagens sem qualquer carisma ou desenvolvimento; e um cenário fechado que não consegue disfarçar o baixo orçamento. Esses elementos acabam se somando a outros aspectos duvidosos, contribuindo para uma experiência bastante ruim. Fica claro que o filme carece de propósito. O roteiro é repleto dos clichês mais absurdos, recheado de referências desconexas e metalinguagem forçada, enquanto a direção de Jaime Bailey se mostra bastante precária. Com o desenrolar da trama, o filme, que já parte de uma ideia rasa, parece se levar cada vez menos a sério.
A decepção começa desde o início, quando o filme abre com uma longa “carta de amor” à Disney, seguida de um aviso de que não tem ligação com a gigante do entretenimento. Em uma espécie de paródia mal-intencionada, os créditos iniciais ao estilo Star Wars tentam justificar a “nova abordagem” do personagem Mickey — no caso, uma versão sombria e distorcida do clássico Steamboat Willie. É um artifício que soa desesperado, como se os produtores estivessem mais preocupados em lançar o primeiro slasher de Mickey do que em construir uma narrativa coesa. Esse impulso lembra o caso de Ursinho Pooh: Sangue e Mel, onde a urgência em transformar personagens em domínio público em releituras de terror gerou um filme de qualidade questionável, que ainda é muito melhor que Mouse Trap.
O resultado dessa falta de inspiração é uma adaptação pobre, que sequer tenta transmitir uma mensagem ou explorar o potencial do gênero. Não há terror real, nem suspense convincente — apenas um vazio narrativo que falha até mesmo na categoria do “tão ruim que é bom.” Nada no enredo ou na violência, comum nos slashers, é aproveitado para cativar o público. O filme se reduz a um homem possuído pelo espírito de Steamboat Willie, perseguindo jovens em um fliperama. Em última análise, Mouse Trap é um exercício de oportunismo que revela, acima de tudo, a falta de um verdadeiro propósito.
NOTA: 1/10
Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.