No verão de 1999, Heather Donahue, Michael C. Williams e Joshua Leonard ficaram presos em uma estranha espécie de limbo. “A Bruxa de Blair”, seu filme de estreia, explodiu no Festival de Cinema de Sundance naquele mês de janeiro e se tornou um dos filmes de terror mais influentes dos últimos 25 anos – e, com um orçamento de US$ 35 mil, se tornou um dos filmes independentes mais lucrativos da história. Mesmo assim, Donahue ainda estava trabalhando temporáriamente em um Toyota Celica 1984, antes que ele quebrasse o carro bem embaixo de um outdoor com o rosto dela estampado. O chefe de Williams ficava perguntando por que ele ainda estava mudando móveis em Westchester, NY, quando estava na capa da Newsweek. E Leonard se viu servindo comida para seu agente em um show dias antes de aparecer no “The Tonight Show”.

“Meu agente me perguntou que porra eu estava fazendo”, diz Leonard. “Eu disse: ‘Você sabe que não ganhei nenhum dinheiro’. Estávamos todos lutando para pagar o aluguel.” 

Os roteiristas e diretores Daniel Myrick e Eduardo Sánchez treinaram os atores, todos com cerca de 20 anos, para operar as câmeras e o equipamento de som e depois os deixaram na floresta com uma série de histórias a partir das quais improvisaram o filme inteiro. Mas eles não podiam falar sobre isso. Em vez disso, os atores passaram meses escondidos para preservar a presunção fabricada de que “The Blair Witch Project” consiste em imagens filmadas por estudantes cineastas antes de desaparecerem sem deixar vestígios na floresta de Maryland. A Artisan Entertainment, que adquiriu o filme em Sundance por US$ 1,1 milhão, levou a manutenção dessa ilusão tão a sério que os atores foram impedidos de aparecer na estreia no Festival de Cinema de Cannes no mês de maio. Donahue contratou um publicitário, que foi então proibido de agendar entrevistas. Depois que Leonard foi escalado para um filme independente, ele foi advertido: ele não deveria revelar que era ator, muito menos que estava vivo. 

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Durante meses, os três suportaram essas indignidades porque pensaram que, dado o quanto haviam contribuído para o sucesso do filme, a sorte inesperada de “Bruxa de Blair” acabaria por chegar. Em vez disso, para comemorar o filme que atingiu US$ 100 milhões nas bilheterias nacionais, Artisan enviou a cada ator uma cesta de frutas. 

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