Lindo, mas sem sabor

O novo longa baseado no famoso dono da “Fantástica Fábrica de Chocolate” estreou no final de 2023 sem muita divulgação da produtora e com medo de se divulgar como um musical.

Dirigido por Paul King (Paddington) e estrelado por Timothée Chalamet (Duna), o longa nos apresenta uma nova versão de Willy Wonka, uma versão jovem e muito antes do personagem ser conhecido por sua famosa fábrica de chocolates. E aqui é importante dizer que o longa serve como base para a versão clássica do cinema e não para a mais recente estrelada por Johnny Depp. Aos que esperam conectar a história com o longa de 2005, irá se decepcionar.

Apesar de ser extremamente lindo e colorido, com números musicais bem coreografados e uma atuação funcional de Chalamet, “Wonka” não tem magia. Parece que faltou tempero na história, é visualmente lindo e só. O grande destaque do longa são as participações do Oompa-Loompa de Hugh Grant que preenche a tela com carisma e humor.

O longa trata da disputa de chocolateros, como uma “máfia” que não aceita novidades e muito menos que pobres possam comprar e comer um delicioso doce. Também tem um teor crítica com a Igreja, a polícia e exploradores de trabalho aos endividados. E mesmo com tantos pontos que podem ser debatidos, quando a sessão acaba fica o sentimento de que faltou algo que marcasse a experiência dessas duas horas acompanhando a ascensão de Willy Wonka.

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“Wonka” é colorido, mas não empolgante. No decorrer do filme falam da magia de Wonka e do chocolate, mas é exatamente isso que falta para marcar o longa como uma experiência significativa; magia. E isso é algo que a indústria parece cada vez mais estar perdendo, levando em consideração que esse tipo de longa, assim como animações Disney-Pixar, são “mágicos” e já não tem o poder de produções como no passado (ou estou me tornando mais amargo).

By Matheus Gomes

Gaúcho, vive em Buenos Aires (ARG) e amante da sétima arte desde pequeno. Produtor audiovisual independente na GAMA12 Produções, esteve no Festival de Cannes 2019 com o projeto "3 dias em Cannes" e foi assistente de produção de obra teatral na Argentina.

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