Slasher na perspectiva do assassino
São poucas as vezes em que o terror slasher se arrisca a mudar a roda e dar o protagonismo para o assassino. Quando acontece, é algo mais pontual, em uma cena ou outra, mas não o filme inteiro. E como “Uma Natureza Violenta (2024)” tem esse recurso diferencial, agora entendi o motivo disso ser tão raro: é porque, simplesmente, deixa de ser interessante. Diferente de quando acompanhamos a vítima, aqui perde o impacto, porque só de saber onde o assassino vai estar ou como ele vai atacar, não tem a mesma tensão. Ainda mais, porque fica nítido que aquelas pessoas estão ali só pra morrer, já que eles não têm nenhum tipo de desenvolvimento prévio ou traço de personalidade estabelecido, então perde a conexão e a empatia por parte do público.
Destaco uma cena ou outra, que é angustiante (porque os efeitos de gore são muito bons), a direção (que tem momentos inspirados, apesar de algumas sequências do assassino caminhando sozinho na floresta, que são tediosas de assistir) e a trilha sonora, ou melhor, a ausência dela (já que fazem uso de sons do ambiente, o que aumenta essa sensação de solidão naquele ambiente). Mas de modo geral, esse filme não terminou com um saldo positivo, pra mim. Às vezes, o básico acaba sendo mais interessante, nem tudo precisa ser reinventado.
Olá, me chamo Luiz Felipe. Sou estudante de produção audiovisual e sempre acompanhei a sétima arte desde muito novo. Estarei usando esse espaço para compartilhar minhas opiniões sobre os filmes que assisti.