Terror psicológico em doses cavalares: “Soft & Quiet” explora os medos mais profundos da sociedade.

Será que existe limites quando se trata de ÓDIO ou o próprio preconceito? 

Mesmo que eu não conheça outros projetos da cineastra Beth De Araújo, que fez outras produções menores, mas a cineastra ficou realmente ovacionada por Soft and Quiet( Idem,2022), um projeto de suspense psicológico bizarro e fora ( totalmente) da caixinha.

Soft and Quiet é um daqueles filmes capazes de lhe tirar da sua zona de conforto e pensar sobre várias coisas do por que aquele filme está sendo contato daquela forma. Esse é um tipo de produção que, ao meu ver, oferece um realismo que, você até pensa que a cineastra faz uma sátira,  a respeito da vitimização da supremacia branca em relação a intimidade que se vêem a respeito de minorias.

Esse longa, além de sim satizarizar alguns temas, explorando alguns assuntos como preconceito, intolerância e a violência que pode surgir a partir de discursos de ódio. O filme não poupa detalhes ao retratar a hipocrisia e a violência que podem se esconder por trás de uma fachada de normalidade. Você pode até pensar que a diretora pode estar glorificando aos atos pecaminosos das personagens, mas não é o que ocorre. É um filme duro, com imagens que não vão sair de você tão rapidamente. E, inclusive eu, rapidamente lembrei de dois longas metragens ( Candyland,2023) e (Os Inocentes,2021). Acho que Candyland cai por fora, mas exige sim alguns pontos que, mesmo que não sejam os mesmos, tratam de ideias parecidas. Resumidamente, em Soft and Quiet,  acompanhamos uma tarde na vida de uma professora primária que organiza um encontro com outras mulheres de sua comunidade. O objetivo aparente é a união e o apoio mútuo, mas a conversa rapidamente se transforma em um terreno fértil para a disseminação de ideias preconceituosas e discursos de ódio contra minorias.

Hoje em dia, fica ainda mais difícil saber e até pensar sobre o que passa na cabeça de pessoas que, assim como as retratadas que se incomodam com o status sociais de um grupo, a etnia de outras, as próprias religiões dessas mesmas, é capaz de criar e transmitir esse medo que essas mesmas sentem, e obviamente essas coisas se dão ao fato da falta de concordância, muitas das vezes políticas. E isso, não está internado apenas na ficção, mas sim na realidade. O que vi nesse filme traz uma lente tão bem trabalhada nessas questões que acabamos de botar como a diretora vai desenvolvendo essa ideia partir do pressuposto de chocar realmente o público. Um dos fatores é quando as pessoas abrem um bolo, e o símbolo é nada menos que um símbolo N****** e uma das personagens fazem gestos com as mãos que ditam do que vamos esperar nessa produção..

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A cinematografia é claustrofóbica, utilizando espaços fechados para intensificar a sensação de confinamento e inevitabilidade. A câmera muitas vezes permanece focada nas expressões faciais das personagens, destacando suas emoções cruas e não filtradas.

A direção de Beth de Araújo é impecável, utilizando recursos visuais e sonoros para criar uma atmosfera tensa e claustrofóbica. A todo momento, cada olhar das mulheres do grupo me fazia cria uma ansiedade do que de pior poderia acontecer. Brilhantemente o texto vai costurando todas essas questões até que chega ali num apice que é trágico. Soft and Quiet” é um filme essencial para quem busca uma reflexão profunda sobre os perigos da intolerância e a importância da empatia. As atuações, por mais que não foi uma tarefa fácil, ambas as atri,es trazem personagens fortes, ao mesmo tempo que são nojentas, desprezíveis e também, por que não, totalmente difíceis de aceitarem suas atitudes.

A violência é central na narrativa, não apenas física, mas também psicológica. O filme questiona as consequências das ações extremas e o impacto delas tanto nas vítimas quanto nos perpetradores.

Dependendo de pessoas pra pessoa, eu recomendo forte, mas vá com muita calma, pois o filme traz um tom extremamente pesado. 

Avaliação: 4 de 5.

By João Vitor

Resenhista, escritor, roteirista amador e apaixonado por cinema. Produzo conteúdos sobre entretimento e cultura pop desde 2019, e gosto de ler, assistir filmes antigos e fazer vídeos sobre cinema e séries de tv.

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