Blumhouse em mais uma realização medíocre.
Confesso que é necessária uma boa dose de paciência para assistir ao filme “Nocturne” (Noturno, no Brasil), estrelado por Sydney Sweeney. Não apenas por ser mais uma produção da Blumhouse que decepciona, ou por ser outro longa de terror psicológico explorando traumas e a busca pelo estrelato. O problema do filme, dirigido pela cineasta estreante Zu Quirke, vai além de ser um pastiche de obras como “Suspiria”, de Dario Argento (1977), e “Cisne Negro”, de Darren Aronofsky (2010). É principalmente sua concepção e execução que deixam a desejar.
Noturno conta a história de Juliet (Sydney Sweeney), uma tímida estudante de música que, após descobrir o misterioso diário de uma colega de classe que morreu recentemente, começa a ofuscar sua extrovertida e incrivelmente talentosa irmã gêmea Vivian (Madison Iseman) na instituição de música em que estudam.
De certo modo, havia tanto potencial para ser mais bem explorado. Um conto sombrio sobre o sacrifício necessário para alcançar o sucesso no mundo artístico, embora não seja original, ainda pode ser eficaz. No entanto, lamentavelmente, “Noturno” não consegue navegar bem entre os gêneros e oscila entre uma fotografia sóbria e conceitos mais chamativos e coloridos, sem agregar nada à experiência. Além disso, é pouco eficaz tanto como filme de terror quanto como drama familiar.
A representação do terror através de um pacto com o diabo é ineficaz e clichê, no geral. Por outro lado, acredito que um tipo mais simples e direto de terror pode ser bastante eficaz quando bem executado. No entanto, ao confiar todos os seus atributos em um “caderno amaldiçoado” e explorar visões sobrenaturais que acabam desvalorizando a obra, “Noturno” se torna cansativo, medíocre e totalmente descartável.
Dessa forma, penso que “Noturno” tinha um grande potencial, mas sua concepção e execução são extremamente frágeis. Infelizmente, nada é bem desenvolvido e, pior ainda, o filme parece fazer questão de não buscar nenhuma essência significativa. No final das contas, “Noturno” parece se preocupar demais com o aspecto visual e se concentra nos clichês, em uma história onde o ciúme, a traição e a inveja já seriam suficientemente assustadoras.
NOTA: 4/10
Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.