Sem preocupações, Nobody abusa da criatividade e violência nas sequências de ação e com apenas 1 hora e 30 minutos revela uma nova pérola do gênero.
Bob Odenkirk, conhecido por seus papéis em Breaking Bad e posteriormente Better Call Saul, treinou por mais de 1 ano para ser talvez a nova estrela de filmes de ação, e em Nobody o resultado é bastante interessante além de ser um dos grandes pontos fortes do filme.
Hutch Mansell (Bob Odenkirk) é pai e marido e vive uma vida pacata e está sempre enfrentando as injustiças da vida. Tudo muda quando dois ladrões invadem sua casa à noite e Hutch se recusa a defender sua família e a si próprio e é julgado por vizinhos e colegas de trabalho e até mesmo por seu filho e esposa. Assim, é despertado dentro do protagonista instintos que já não faziam mais parte de sua realidade, o que leva o espectador a descobrir muito sobre o seu passado e suas motivações.
A direção de Ilya Naishuller (Hardcore Henry), nos introduz a rotina entediante do protagonista de uma maneira rápida e divertida. Com uma montagem maçante somos expostos aos fatos que fazem a vida de Hutch ser enfadonha e triste, porém isso torna a narrativa enérgica o que traz um vínculo entre a vida deste homem e o espectador.
A parceria de diretor e roteirista dá um ótimo ritmo a história, a seleção de músicas é no mínimo curiosa e completam muito bem as cenas de ação que são levadas ao máximo do exagero possível, são bem construídas e perfeitamente coreografadas. As decisões do diretor são extremamente criativas em todos os seus aspectos durante as cenas de violência e isso é um dos pontos altos da obra juntamente com a atuação surpreendente de Bob Odenkirk, que se revela uma nova estrela do gênero.
Com o mesmo roteirista (Derek Kolstad) e parte da equipe técnica de John Wick as comparações são esperadas, mas isso não tira o mérito de Nobody que em questões de entretenimento superam, com exceção do segundo longa, os filmes da trilogia estrelada por Keanu Reeves. De qualquer forma, Nobody tem forças pra caminhar com os próprios pés em toda sua proposta, a história é simples e funciona, os personagens são carismáticos, a ação e interação entre eles é super fluída, mesmo que falte tempo para que seja criado um vínculo com os personagens secundários, inclusive o antagonista. O ato final sofre com a pressa e com a tentativa de dar uma futura sequência ao longa, com decisões apressadas e elementos sem o devido desenvolvimento.
O longa não tem a intenção de reinventar os filmes de ação, mas com certeza faz um ótimo trabalho na questão criativa e cumpre o que se propõe a fazer. Nobody é entretenimento puro, ação e comédia na dose certa, o filme cria sua própria identidade, a despreocupação com a classificação indicativa é notável e também é um trunfo já que aqui a experiência é explicita e violenta.
NOTA: 7/10
Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.