O Remake superou o original ?

Texto redigido por Valter Canalarea53 (@blogarea53) • Fotos e vídeos do Instagram

A versão americana de Não Fale do Mal (2024), dirigida por James Watkins, traz um elenco de peso e uma produção de maior orçamento, sendo uma refilmagem do original dinamarquês de 2022. 

O filme se destaca pela qualidade técnica, com cenários deslumbrantes e um design de som que amplifica o suspense. O diretor, famoso por A Mulher de Preto, cria uma atmosfera tensa, utilizando a atuação intensa de James McAvoy e Mackenzie Davis para trazer uma sensação constante de inquietação. Entretanto, a versão americana, como muitos remakes, parece exagerar em alguns elementos para agradar ao público mainstream, perdendo um pouco da sutileza e da profundidade psicológica do original.

A principal crítica à versão americana é que, embora o filme seja tecnicamente bem-executado, ele opta por um tom mais explícito e menos introspectivo. O terror psicológico se mistura a elementos mais típicos de filmes de terror hollywoodianos, com sustos mais diretos e uma narrativa menos sutil em comparação com a original. Em algumas cenas, o filme parece se perder ao tentar amplificar o terror, sacrificando a ambiguidade que tornou o original tão impactante.

Não quero falar, mas em duas horas de filme, podemos realmente tirar fora os primeiros 30 minutos, que é apenas um filme de uma familia que está brigando. A interpretação de James é muito parecida com a que ele fez em Fragmentado, basicamente ele é o cara que se destaca, porque os outros atores meio que ficam de lado. A atriz Mackenzie Davis só se destaca, quase no final do filme, na parte quando tudo começa a virar um filme de terror, até este momento, ela é apenas uma americana chata, com um marido bem chato.

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Comparando com a versão dinamarquesa, o original Não Fale o Mal (2022) é um estudo mais intimista da tensão social e dos limites da educação e polidez. Ele explora o desconforto crescente de forma gradual, deixando o espectador profundamente angustiado à medida que o comportamento dos personagens anfitriões se torna mais perturbador. A abordagem dinamarquesa é mais contida e psicológica, focando na impotência dos personagens frente a situações absurdas, criando uma angústia que permanece com o espectador muito após o término do filme.

Enquanto o remake americano entrega um entretenimento eficaz e mais acessível, com grandes atuações e uma produção polida, ele carece da nuance e da sofisticação emocional do original dinamarquês, que se destacou por seu minimalismo e tensão psicológica sustentada.

Um toque que vale a pena comentar, é que a musica Eternal Flames, do The Bangles, que fez o pessoal cantar junto!

Nota: 7/10

By Don

Crítico, Nerd, Gamer que sabe que a verdade está lá fora. Viciado em séries, cinema e cultura pop em geral. Diretor de dois curtas metragens mas que hoje prefere atuar nos bastidores. Sonha em um dia visitar Hogwarts e o Condado e deseja que a força esteja sempre com você.

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