Clint Eastwood é um astro.

A forma como o diretor conduz o filme é fascinante, especialmente no que diz respeito à relação entre os personagens. A conexão entre Frankie e Maggie é retratada de maneira reflexiva, evocando fortemente os laços de pai e filha. Nessa dinâmica, Clint explora sensivelmente o passado dos dois personagens, deixando de lado detalhes e motivações. Através dessa abordagem, o diretor busca investigar o impacto do passado nas relações atuais, tornando o filme ainda mais verossímil, contemplativo e cativante.

O filme conta a história de Frankie Dunn, interpretado por Clint Eastwood, um veterano treinador de boxe de Los Angeles que mantém quase todos a uma certa distância, exceto o velho amigo e sócio Eddie Dupris (Morgan Freeman). Quando Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), chega ao ginásio de Frankie em busca de sua experiência, ele fica relutante em treinar a jovem. Mas quando cede ao seu jeito reservado, os dois formam um vínculo muito próximo que inevitavelmente mudará suas vidas.

A performance de Eastwood é singela e sensível. Frankie é um homem orgulho, mas ao mesmo tempo triste, buscando de qualquer forma dar algum sentido na própria vida. Isso é perceptível nas cenas na igreja, por exemplo. Nas conversas com seu amigo e sócio. E até mesmo nos lindos diálogos entre ele e Maggie.

Além disso, é impossível não se impressionar com a interpretação de Hilary Swank. Maggie é uma personagem implacável, determinada a seguir uma carreira no boxe profissional, mesmo aos 31 anos. Testemunhar o seu processo de crescimento e evolução ao longo do filme é verdadeiramente transformador. A narrativa intensa nos entrega uma variedade de temas para discussão e análise. Clint Eastwood mais uma vez demonstra sua habilidade em extrair o máximo de seus personagens, permitindo que transpareçam e transmitam uma profundidade significativa.

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É bastante impactante ver um nome como Clint Eastwood, que na data de lançamento de Menina De Ouro tinha 74 anos, se expressar tanto como artista. O cineasta já havia discutido como o destino é inexorável em Os Imperdoáveis, de 1992 e doze anos depois revisita novamente este tema. Agora, no entanto, com uma diferente abordagem, buscando, além de traduzir no presente, impactos do passado. Também expressar que, em nossa mortalidade se encontra o bem mais precioso e a partir disso, enxergar a necessidade de perseverança perante nossos objetivos.

É fato, que o cineasta se liberta de todo o seu passado, ao criar projetos tão sensíveis e tocantes. Sempre visando explorar a dor, a vulnerabilidade, não apenas de seus personagens, mas como a de seus espectadores. Através de sua arte, Clint abraça o melodrama e sempre nos presenteia com personagens maravilhosos, ainda que vulneráveis e imperfeitos. É aqui, portanto, que se encontra tamanha beleza.

NOTA: 9/10

By Luiz Henrique Alves

Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.

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