Uma ideia mal aproveitada.
A série de animação com a maior bilheteria é Meu Malvado Favorito, que obteve uma receita global de UR$4,6 bilhões, conquistou o gosto do público e criou uma sensação chamada Minions. Independente de ter uma boa ideia ou não, as sequências estão garantidas.
Chris Renaud volta à direção e aposta em uma trama que promova novos rumos para a família de Gru, começando com um novo membro, Gru Jr, um bebê extremamente marrento com o pai. Eles são forçados a mudar de cidade, sob o comando e proteção da AVL, devido a um inimigo antigo do Gru que fugiu da prisão e guarda mágoas. Mudar a geografia e trazer personagens para renovar os ciclos são uma maquiagem para disfarçar a mesma estrutura, que se baseia em estímulos infantis. Para os pais pode ser difícil.
Os personagens estão no contexto de se adaptarem à cidade rica, todos recebem um mini arco que não os desenvolve. Quem mais recebe tempo de tela é o Gru, que no final deixa claro que sua jornada não resultou em aprendizado algum. O quarto filme apresenta uma grande falta de foco, tornando-se difícil interpretar o que eles estão querendo transmitir. Diversas esquetes dos Minions são criadas para preencher lacunas e transições, algumas bem engraçadas que valem a pena, mas não se comunicam com o todo.
A direção tenta nos fazer ter medo do vilão e, caso os protagonistas sejam descobertos o perigo é gigante, no entanto, esses sentimentos não são passados para o público, o senso de perigo é zero, as ações dos personagens não têm consequências. Muito da culpa é da escrita do vilão – um designer horrível – que dá aula de anti carisma, sua participação na trama pouco importa. Uma garotinha vizinha do Gru desperta mais interesse.
Meu Malvado Favorito 4 é salvo pelo carisma e o excelente trabalho de dublagem. Não oferece nada além de diversão descompromissada, mas não possui fôlego o suficiente para sustentar o filme todo.
Nota: 4/10