Volta e repete os mesmos erros.
O quinto episódio de House Of The Dragon anda causando controvérsias nos fãs, foi considerado “lento e nada acontece”. Concordo em parte. Este episódio lida com o luto, as consequências da batalha e prepara o terreno para futuro, algo muito benéfico, mas há poucas movimentações. Tirando o elefante da sala, o arco do Daemon já testou demais a paciência. Entendo que está servindo para dar mais dimensão ao personagem, porém o recado já foi dado. Ele está sendo maltratado pelos roteiristas. Desde o começo, sempre foi esperto e violento com quem joga seu nome e honra para baixo. Simplesmente perdeu essas duas características principais e prefere a postura passiva, com diálogos vergonhosos. É importante considerar o carisma e a habilidade de Matt Smith, pois é ele que está impedindo Daemon de ser medíocre.
O episódio enfatiza as maneiras diversas de se travar uma guerra, as figuras tiranas são Daemon e Aemond, só que quem conhece o jogo dos tronos de verdade sabe que o duelo de reputação sai mais barato e o dano é grande. É isso que Mysaria faz de melhor em tão pouco tempo de tela. Cole acredita que também entende do assunto e, apresenta a cabeça de Meleys em um desfile por King’s Landing como uma grande estratégia de marketing, ao invés disso, acabou exibindo o símbolo que faz com que os Targaryens sejam vistos como homens mais próximos dos deuses parecendo qualquer carne morta. O choque para população é o oposto do imaginado, pois desconstruiu a imagem romantizada da casa e serviu como um presságio de algo ruim chegando. Gosto dessa ênfase nos cidadãos, pena que é uma camada superficial.
Alicent percebeu que não construiu uma porta para sua cela, mas uma janela. Os dois homens que ela pensava ter autoridade sobre eles a traíram. O plano claustrofóbico em torno dela é extremamente certeiro, o foco na respiração evidência o surto. Em quesitos técnicos é um episódio muito bem filmado, com planos lindos. A divergência dos Verdes continua a se desenvolver de forma mais eficiente e chamativa, mas os diálogos mais brilhantes foram protagonizados por Baela e Jacaerys. O arco dos Pretos está repetitivo. Nos últimos minutos, surge um sopro de esperança, prometendo uma virada de jogo. Precisamos, metade da temporada já passou.
Nota:7/10