Demorou 17 anos para isso?

É surpreendente como Estômago 2 procurou errar e obteve êxito. É difícil acreditar que a direção ainda seja de Marcos Jorge, já que se assemelha a uma paródia do primeiro onde pouco se comunica, com exceção da estrutura e montagem, que são idênticas, mas com uma qualidade bem inferior. A diferença é que, agora, o Raimundo Nonato não é mais o protagonista, ele se torna um mero coadjuvante que mal consegue se encaixar na trama. Nem sequer lembra o personagem a quem nos apegamos em 2007.

Don Caroglio (Nicola Siri), é quem assume a liderança da narrativa, um italiano mafioso que foi detido e agora quer comandar a prisão. Foi a única descoberta interessante que tive, mas o perdi rapidamente porque não existiu planejamento para prosseguir ou construir. Cada passo é previsível, as referências a máfias e filmes como “O Poderoso Chefão” que o cercam são tão bobas que é difícil se manter envolvido. Os outros personagens são sofridos e, em alguns casos, recebem celebridades, como Projota para interpretarem… é péssimo.

Estômago 2 é uma caricatura, sem inspirações ou significados. O humor não é mais ácido e, lamentavelmente, a comédia é muito parecida com a Globo Filmes e constrange em diversos momentos. Apesar de ter falhado, ele ainda tenta empregar metáforas sobre a vida e a cadeia alimentar. Apresenta uma abertura interessante, apesar de uma estética genérica, não agride os olhos. Há alguns momentos realmente bonitos, a magia é quebrada pelo modo como a prisão aparece em quadro… tão limpa e arrumada. De fato é um primo pobre do primeiro.

Nota: 4/10

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