Na nova leva de produções do universo MSP da turma principal, nada me cativava. Com a chegada de “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, o cenário mudou e abriu a porteira. Agora, estou novamente enxergando potencial.

Em termos estéticos, Fernando Fraiha bebe das fontes de Laços (2019) e Lições (2021), mas aproveita o cenário rural para criar sua própria identidade. Explorando alguns recursos como a quebra da quarta parede, animação, narração e cenas não diegéticas. Ele testa a criatividade e o resultado é um lúdico consciente que não se torna bobo. Quadrinho puro. A história é atual, Chico Bento reúne seus amigos para salvar uma goiabeira que corre o risco de ser arrancada por conta de um projeto de asfaltar a roça e criar estradas. O filme apresenta essas questões sob a perspectiva de Chico, que é inocente e pontual. “Que mundo é esse que troca goiaba por asfalto?” Didático para o público infantil.

Toda a turma é ótima, o elenco é bem escolhido. A vontade é abraçar essas crianças e proteger-lhes de toda maldade. Isaac Amendoim é carismático sendo o próprio Chico Bento, emociona o público com a mesma facilidade com que tira risadas. Dos adultos, Luis Lombianco se destaca no humor sóbrio. 

Bela homenagem que enche os corações, um dos melhores filmes nacionais infantis. Com sensibilidade, o público é atraído para as páginas dos quadrinhos.

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NOTA: 7/10

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