Recentemente joguei Gris, um jogo indie lançado há algum tempo, mas que me tocou profundamente e mudou minha forma de enxergar o luto.
O luto se manifesta de maneiras diferentes para cada pessoa. Alguns se retraem, outros se sentem despedaçados, e Gris explora essas nuances de forma brilhante.
O jogo conta a história de uma jovem que perdeu a mãe, e com essa perda, seu mundo literalmente desmorona. A estátua que representava apoio e força em sua vida se quebra, e agora ela precisa aprender a seguir em frente. Esse processo envolve enfrentar sombras, ajudar alguém tão perdido e quebrado quanto ela, confrontar a raiva, a dor e, acima de tudo, alcançar a aceitação.
A aceitação talvez seja o estágio mais difícil do luto. É o momento de entender que a dor precisa ser sentida, mas também superada. Gris traduz essa jornada de forma magnífica, utilizando cores e músicas para transmitir emoções. E que músicas! Cada nota contribui para criar uma experiência única e visceral.
Perder alguém que amamos é uma das dores mais profundas que podemos sentir, deixando cicatrizes internas difíceis de apagar. Mas Gris nos lembra que, mesmo quando tudo parece desmoronar, o amor permanece. Ele vive nas memórias, nos gestos e na própria jornada de cura.
Mesmo que a estátua caia, mesmo que o apoio desapareça, o amor está ali. Porque o amor, verdadeiramente, nunca morre.