Já se passaram 45 anos desde que Ellen Ripley enfrentou e derrotou o alienígena mais letal da galáxia, se tornando numa das personagens femininas mais amadas da cultura pop e da história do cinema. 

Mas até o mais fiel fã da saga Alien precisa admitir o total descaso e falta de cuidado ao qual o Xenomorfo foi tratado ao longo das décadas. 

Depois da apoteótica sequência Aliens, O Resgate (1986), a franquia caiu num círculo vicioso de filmes ruins e desnecessários que apenas atestavam a falta de originalidade (e também de vontade!) da FOX em querer apresentar um terror espacial convincente. 

E a situação ficou tão feia, que nem mesmo com a volta de Ridley Scott, o diretor do longa original, foi possível criar um novo respiro que pudesse fazer o público se engajar novamente com o Alien. 

Será então que a fórmula se esgotou?! Filmes de alienígenas não engajam mais?

Errado! Não há nada mais prazeroso do que assistir a uma obra que, em sua essência, pertence ao gênero da ficção científica, e ainda abraça o legado do horror apostando em criaturas monstruosas e cenários assustadoras. 

Boa parte do Alien de 79 ter se tornando num clássico atemporal é justamente por causa disso, sua criatividade quase profana em conseguir transpor para a tela um monstro tão horrível quanto o próprio diabo e ainda instaurar o pânico e brotar medo em nossos corações a cada cena. 

E olha que naquele filme, o bicho quase não dava as caras, e mesmo assim conseguia amedrontar só com sua sombra

De lá pra cá isso se perdeu obviamente, já que a saga se tornou grande demais e complexa demais ao ingerir tantos gêneros e abordagens diferentes em uma cronologia confusa que beira o absurdo. 

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O Alien perdeu seu sinônimo de pavor puro e indescritível a partir do momento que a equipe de produção perdeu a fé em apostar na figura diabólica do Xenomorfo que por si só já vale o ingresso no cinema.

Ou pelo menos era assim até agora

Eis que Fede Alvarez, diretor conhecido pelo excelente O Homem nas Trevas (2016) e o remake de A Morte do Demônio (2013), decidiu revigorar a franquia trazendo o Xenomorfo de volta para o cenário onde tudo começou. 

Em Alien: Romulus, uma tripulação de jovens astronautas encontram uma estação espacial aparentemente abandonada, mas ao explorá-la, descobrem segredos sinistros e a presença de criaturas terrivelmente sanguinárias

O primeiro trailer divulgado no início deste ano já mostra como a produção parece ser diferente, e nada megalomaníaca como seus predecessores. Nada de exército de aliens ou variações mutantes do Xenomorfo, apenas o bom e velho jogo de gato e rato numa nave assustadora e claustrofóbica

Para quem já jogou Alien: Isolation vai entender quando digo que a prévia consegue apavorar mesmo que apenas mostrando os corredores escuros e tortuosos da nave com gritos de pavor ao fundo. 

Por isso me indago se este filme, Romulus, pode vir a se tornar no clássico cult da nova geração, e ouso ir além, guardando as devidas proporções, de nomeálo como o novo Oitavo Passageiro da atualidade.

Imagine se desta vez, ao invés de focar em um grande espetáculo, ou tentar adicionar mais e mais tramas para deixar a história envolvente, a produção foque em trabalhar com o simples: pessoas tentando sobreviver enquanto lutam contra um monstro amedrontador. 

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É isso que significa a franquia Alien, era a abordagem que ela precisava ter se mantido ao longo das décadas. Eu confio no trabalho do Alvarez, e se não houve rédeas dos executivos, acredito que ele pode entregar um ótimo filme de terror que vai nos deixar tensos do início ao fim. 

Mas também não posso deixar de imaginar que, como agora faz parte da Disney, este possa vir como uma última cartada para o Alien, já que o estúdio está se reconfigurando totalmente para não perder mais dinheiro, e caso não faça nem sucesso nem relevância, tenho sérias dúvidas quanto ao futuro do nosso querido Xenomorfo. 

Não quero ser pessimista, pois sempre acredito no potencial de uma obra, mesmo sabendo que este pode não ser alcançado, e se o Alien sobreviveu até aqui, depois de passar por tantas bombas, é seguro afirmar que podemos ter esperança e ainda gritar de pavor ao vê-lo se erguer mais uma vez nas telonas. 

By Rafael Coutinho

Geek, colecionador de board games e cinéfilo apaixonado pelo mundo da comunicação. Gosta de escrever fanfics nas horas vagas, ler livros de terror e ficção científica, curtindo ao som de Gorillaz. Estiloso, sempre buscando looks inspiradores, gosta de praticar esportes, promover festas e estar rodeado pelos amigos.

2 thoughts on “Alien: Romulus será o Oitavo Passageiro da nova geração? ”

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