Uma adaptação impactante.

A obra literária “Holocausto Brasileiro”, escrita por Daniela Arbex, expõe uma das maiores barbáries do Brasil, ocorrida no hospital Colônia, em Minas Gerais. Agora, essa história ganha outra adaptação para o cinema com o longa “Ninguém Sai Vivo Daqui”, dirigido por André Ristum, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 11 de julho. Este filme narra uma história chocante e, através de sua linguagem audiovisual, critica e retrata os horrores cometidos dentro do hospital psiquiátrico Colônia, além de instituir no imaginário social brasileiro uma parte crucial da história do país.

O filme conta a história da jovem Elisa (Fernanda Marques) é internada a força pelo seu próprio pai no hospital psiquiátrico Colonia, um lugar onde Aqueles que não se conformavam com as normas da sociedade, ou com a percepção que a sua família tinha dela, eram presos, torturados e mortos.

A reforma antimanicomial, iniciada a partir da década de 1970, surgiu como uma oposição e luta contra as abordagens e terapias utilizadas nos hospitais psiquiátricos da época. “Ninguém Sai Vivo Daqui” tenta, por meio do terror, explorar essa temática, mas o diretor André Ristum opta por um desenvolvimento que, infelizmente, não atinge a profundidade esperada para uma história tão impactante. O filme cai em uma armadilha comum do cinema americano ao retratar guerras, que é ficcionalizar uma história real, transformando-a em um drama misturado com horror, sem uma clara definição do caminho que deseja seguir.

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Por outro lado, Fernanda Marques e Rejane Faria se destacam em suas atuações. A naturalidade, a força e a esperança que suas personagens demonstram são a força motriz do longa. Fernanda Marques cria uma protagonista que se desenvolve do início ao fim do filme, enquanto Rejane Faria atua como uma figura materna, que entende, apoia e dá conforto à personagem principal.

A frontalidade da obra transcende o imaginário do espectador, valorizando suas reações e causando revolta, tristeza e até mesmo dor. A fotografia explora o caráter opressivo e transmite a desumanização daqueles pacientes, utilizando o preto e branco e a busca pelas reações e expressões corporais dos personagens.

“Ninguém Sai Vivo Daqui” confronta os espectadores com uma parte sombria da história brasileira e busca demonstrar o que foi feito para conscientizar e evitar que tais atrocidades se repitam. Embora tenha falhas na sua execução, o filme atinge o espectador de maneira clara e o instiga a buscar além do que foi mostrado.

NOTA: 6/10

By Luiz Henrique Alves

Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.

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