O terror simples e intenso de Ti West.

A forma com que a trama é construída é impressionante. A primeira parte do filme estabelece personagens de maneira exemplar, utilizando o sexo como parte importante da trama e resultando em cenas que consolidam as personalidades de cada um dos jovens. Esses momentos incrivelmente bem dirigidos criam uma boa expectativa para o andamento do longa, exaltando ainda mais o diretor Ti West.

No fim da década de 70, um grupo de jovens viaja para uma fazenda no interior do Texas para gravar um filme pornô, mas os donos do local apresentam características estranhas que ameaçam a estadia dos jovens.

O filme se passa em poucos cenários e aposta na sua originalidade e roteiro para disfarçar o baixo orçamento, como já feito em outros slashers. No entanto, X apresenta algo a mais, seja pelo drama pessoal dos personagens ou pela construção de um ótimo primeiro ato. Assim, mesmo seguindo algumas fórmulas de outros filmes do subgênero produzidos nos anos 70, X estabelece um excelente ritmo, com atos cada vez mais profundos, violentos e chocantes.

Diante da crise criativa que atinge o gênero terror atualmente, é necessário dizer que a experiência de assistir a X é extremamente rica. O filme foge de todos os clichês atuais dos filmes de terror, em grande parte graças à produtora A24. Esta produtora, mais uma vez, traz uma obra característica, que não se volta apenas para o resultado de bilheteria com saídas de roteiro baratas, mas sim com cenas marcantes e criativas.

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X – A Marca da Morte revisita o slasher.

Destaco o trabalho do diretor Ti West e especialmente das atrizes Mia Goth e Jenna Ortega, que entregam cenas memoráveis. Toda a personalidade, originalidade e qualidade do filme passam pelas personagens interpretadas por elas.

A proposta de Ti West de tornar X uma franquia é ambiciosa, mas muito bem argumentada pelo diretor, produtor, roteirista e responsável pela montagem do longa, que afirma: “Não se pode fazer um filme de slasher sem várias sequências”. É interessante saber que a mente por trás de X valoriza tanto sua obra, seus personagens e a história do slasher. Por isso, há tantos elementos que prestam homenagens a este subgênero nesta obra.

X é extremo em todos os aspectos e utiliza muito bem os elementos de suspense e terror para entregar um slasher de qualidade. O longa é considerado até agora a grande obra de terror do ano e faz jus a este posto.

NOTA: 9/10

By Luiz Henrique Alves

Olá, sou Luiz Henrique, faço comentários sobre cinema e compartilho aqui minhas experiências com filmes que vi.

3 thoughts on “Crítica: X (X — A Marca da Morte) — 2022”

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