“Sequência caça-níquel”
O novo filme da franquia Kong/Godzilla da Warner lançou recetemente e é mais uma tentativa de colocar dois personagens famosos no mesmo filme para gerar cenas de batalha grandiosas entre “monstros”.
O longa é uma sequência direta do filme ‘Godzilla vs Kong’, de 2021, e conta com retornos de Rebecca Hall (Dra. Ilene Andrews), Brian Tyree Henry (Bernie Hayes) e Kaylee Hottle (Jia). Além dos três atores que retornam para sequência, o diretor Adam Wingard também está de volta.
Ao longo de quase 2h de duração, vemos muito ‘Kong’ e pouco ‘Godzilla’. O CGI é operante e não atrapalha em nenhum momento, inclusive fica o gosto de somente ver os monstros lutando entre si e sem que tenha a interferência de um arco dos humanos.
‘Godzilla e Kong’ parece uma sequência feita as pressas, com soluções narrativas frágeis e uma montagem que parece se perder em determinados momentos. Os arcos passam por diversos locais só para sair da dinâmica de estar sempre destruindo Estados Unidos ou Japão. Inclusive a batalha final ocorre no Rio de Janeiro e depois que saem da praia, parece uma cidade aleatória de CGI.
O acréscimo do veterinário, personagem de Dan Stevens, é o alívio cômico que não funciona e que sempre tem uma solução mágica para os problemas. Além disso, tudo que acontece no longa é uma facilitação narrativa ou um resumo rápido para contextualizar algo. A sequência trata o espectador de ‘idiota’ e o único ponto positivo são as lutas entre os monstros.
“Godzilla e Kong: O Novo Império” é uma sequência que usa o nome e a presença do ‘Godzilla’ para atrair o público, mas é um filme sobre o Kong. Com arcos mal construídos, soluções narrativas preguiçosas e boas cenas de luta, a continuação do filme de 2021 é um sinal de alerta para os personagens na Warner, que deveria esperar uma boa ideia para dar sequência a franquia, para que não tenhamos outra infecção dental como ponto de partida.
Gaúcho, vive em Buenos Aires (ARG) e amante da sétima arte desde pequeno. Produtor audiovisual independente na GAMA12 Produções, esteve no Festival de Cannes 2019 com o projeto “3 dias em Cannes” e foi assistente de produção de obra teatral na Argentina.