Monkey Man, ou Fúria Primitiva, título brasileiro, primeiro filme de Dev Patel como diretor e produtor, estreou nos cinemas brasileiros nesta última terça-feira (23) e trouxe consigo a promessa de muita ação em meio a uma cultura rica em histórias e desigualdades.
O que é Monkey Man?
Monkey Man é o primeiro filme dirigido, produzido, co-escrito e, também, protagonizado, por Dev Patel (34), ator que desde 2008, com “Quem quer ser um milionário” se tornou famoso internacionalmente. Além disso, Jordan Peele (Corra, Nós e Nope), também assina o longa na produção.
O elenco da produção americana/ canadense é todo indiano, com excessão de Sharlto Copley, ator Sul-africano, dando ênfase ao contexto bem específico que Dev postulou ao desenvolver o filme.
Com 121 minutos de duração, o longa apresenta um cenário urbano e febril, retratando uma cidade super populosa e desigual em algum recôncavo indiano, onde a pobreza contrasta com o poder e corrupção que dele emana.
Na trama, um jovem sem nome, conhecido apenas como “kid”, “Bobby” ou por seu alter ego, “Monkey Man”, está em busca de vingança por sua comunidade e família destruídos quando ainda era apenas um garoto.
Violência e a jornada do herói quebrado
O filme, originalmente chamado de Monkey Man, teve seu nome completamente deformado ao chegar ao Brasil, para Fúria Primitiva. Entretanto, esse nome não representa em nada o que o filme é, sendo quase um desserviço ao próprio filme.
O longa tem uma proposta inusitada do mito da jornada do herói. Seu protagonista, está quebrado desde a sua infância e, em busca de uma oportunidade de vingança contra os autores dos seus traumas passados.
Contudo, para quem caiu nas sugestões de que o filme seria uma versão oriental de “John Wick”, pode ficar incomodado. O estilo proposto para as situações de ação, no longo, destoam da proposta de tirar o fôlego que franquia estrelada por Keanu Reeves tem.
Monkey Man é inspirado em filmes de ação orientais, como “Old Boy”, portanto, você encontrará cenas longas, agitadas e que mostram viceralidade e brutalidade. Como resultado, ferimentos e uma clara sensação de que o protagonista sem nome, corre constante risco de vida.
O anonimato do protagonista é outro fator que pode chamar sua atenção. A fim de transforma-lo em arquétipo, que pode ser inspirado em qualquer indivíduo na multidão. Ele trilhará a jornada do herói, lutando, perdendo, morrendo, revivendo, aprendendo e vencendo – ou não.
Um ponto de muito destaque na obra é como as classes sociais indianas podem ser cruéis com seus sistemas de castas. E, também acolhedoras; como irmãs, tias, mães e avós caso você esteja preparado.
Foto destaque: Longa dirigido, produzido e protagonizado por Dev Patel traz ação e crítica social (Reprodução: Divulgação/ Universal Pictures)
Redator, bacharel em Comunicação, menos leitor, mais escritor. Assistir filmes e escrever sobre eles é um hobby com gostinho de paixão.