O gênero de filmes de super-heróis já não nos surpreende como antes, mas “Besouro Azul”, o penúltimo lançamento do DCEU, consegue se destacar ao focar na família Reyes e trazer a latinidade à tona. A história segue a fórmula familiar, apresentando Jaime Reyes, sua família e o escaravelho alienígena que lhe concede poderes. Embora siga caminhos comuns, o filme dirigido por Ángel Manuel Soto consegue dar um toque especial.

Explorando a Latinidade de Forma Criativa: Enriquecendo a Narrativa de “Besouro Azul”

A inclusão de elementos étnicos não é novidade, mas filmes como “Pantera Negra” e “Shang-Chi” mostraram que quando bem executados, esses elementos podem enriquecer a narrativa. “Besouro Azul” não atinge os picos desses títulos, mas utiliza a latinidade de forma criativa, adicionando vida a um gênero frequentemente dominado por clichês. Com uma paleta de cores vibrante e uma dinâmica familiar convincente, o filme injeta energia única até nos momentos mais previsíveis.

Mais do que Latinidade: A Diversão e o Brilho do Elenco de “Besouro Azul”

No entanto, a latinidade não é o único trunfo de “Besouro Azul”. O filme é uma diversão pura, repleto de humor bem trabalhado tanto pela direção quanto pelo elenco. Xolo Maridueña, como Jaime Reyes, mostra maturidade desde sua atuação na primeira temporada de Cobra Kai, e os coadjuvantes o auxiliam nas camadas emocionais da trama. George López desempenha um papel cômico e emocional perfeitamente balanceado, sem ofuscar Maridueña.

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Um destaque particular para o público brasileiro é Bruna Marquezine, que não desperdiça sua primeira grande oportunidade em Hollywood. Sua atuação brilha em cenas dramáticas, demonstrando seu talento versátil. Mais do que uma estreia marcante, Marquezine mostra que merece papéis de destaque em produções internacionais.

A força real de “Besouro Azul” reside na família Reyes. O diretor e o roteirista criam personalidades distintas para cada membro, apoiados por um elenco que emana carinho pelas histórias que estão contando. A química entre os atores cria uma família crível e envolvente, transformando o filme em algo autêntico e genuíno.

Contudo, os vilões deixam a desejar. Victoria Kord (Susan Sarandon) e Carapax (Raoul Max Trujillo) são genéricos e pouco desenvolvidos. Apesar dos esforços de Sarandon, as atuações não conseguem gerar empatia ou interesse genuíno.

As sequências de ação também são irregulares. As primeiras vezes que Jaime utiliza seus poderes são frenéticas e confusas, mas o filme melhora nesse aspecto no terceiro ato. A influência dos animes e tokusatsus se torna mais evidente, resultando em cenas mais fluidas e impactantes.

Apesar de suas imperfeições, “Besouro Azul” consegue se destacar graças à sua latinidade e ao seu toque de autenticidade. O filme pode não escapar totalmente da sensação de repetição do gênero, mas entrega uma experiência divertida e única para os fãs de super-heróis.

By Karina Mori

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