Flavio de Souza é autor, roteirista, diretor, ator e escritor brasileiro. Foi criador de alguns dos programas infantis de maior sucesso da década de 1990 e 2000, como Rá-Tim-Bum, Mundo da Lua, Glub Glub, Castelo Rá-Tim-Bum e Ilha Rá-Tim-Bum, todos na TV Cultura e com viés educacional.
Nascido em 13 de setembro de 1955 (idade 67 anos), em São Paulo, São Paulo
André –
Flavio de Souza, Como foi a ideia de criar o Castelo Ra-tim-bum?
Flávio –
Tudo começou quando o Rá-Tim-Bum ganhou um prêmio muito importante: medalha de ouro de melhor programa infantil educativo no festival de cinema e TV de Nova York.
Por conta disso muitas emissoras de vários países queriam comprar o programa.
Mas isso não foi possível porque isso não foi previsto na produção e os diálogos dos atores e a trilha sonora estavam “grudadas” e por isso não seria possível dublar para outras línguas.
A direção da TV Cultura, incluindo o presidente da Fundação Padre Anchieta (sem fins lucrativos, que é “dona” da TV Cultura) na época Roberto Muylaert, que conseguiu os patrocínios da FIESP para os programas Rá-Tim-Bum, Mundo da Lua e Castelo Rá-Tim-Bum, decidiu que o programa seria totalmente regravado.
Para isso, foram chamadas todas as pessoas que tinham participado da criação do Rá-Tim-Bum. De todas, só eu pude fazer isso, porque os outros já tinham outros compromissos profissionais.
Então eu fui contratado para criar nova versão de metade dos quadros, porque chegou-se à conclusão que metade dos quadros eram muito eficientes e a outra metade não.
Ficamos eu e o diretor geral do novo Rá-Tim-Bum, Cao Hamburger, substituindo o diretor geral da primeira versão do programa Fernando Meirelles, que faria uma supervisão.
Alguns meses depois, tínhamos inventado tantos quadros novos que a direção da TV Cultura decidiu que era melhor fazer um programa novo.
E assim começou a existir o Castelo.
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André –
E como foi a ideia de criar o Tíbio e Perônio?
Flávio –
Eu tinha criado para o Rá-Tim-Bum uma dupla de personagens que iam descobrir coisas tão simples que, para os adultos, eram óbvias, como pra que serve o pires, o pente e outros.
Esses personagens foram “banidos”. Durante a criação do que era para ter sido o Rá-Tim-Bum 2, lembrei deles e o Cao achou que eles podiam servir para ensinar Ciências.
Como nós éramos fãs de 2 personagens da série de Histórias em Quadrinhos do personagem Tintim, os detetives atrapalhados e gêmeos Dupond e Dupont, nós fizemos uma mistura que deu na dipla de gêmeos Tíbio e Perônio
André –
Como foi pra você todo sucesso do Castelo Ra Tim bum?
Flávio –
Foi uma das melhores coisas da minha vida profissional, da qual tenho orgulho.
A gente (mais de 100 pessoas entre roteiristas, atores, técnicos, etc.) sabia que estava fazendo algo muito especial, mas não podia imaginar o tamanho e a duração do Castelo.
André –
Vocês recebiam muita carta de fãs?
Flávio
Acho que não. Mas mandaram muitos emails.
André
Qual o maior legado que o Castelo Ra-tim-bum deixou pra vocês?
Flávio
O fato de ter sido e continuar sendo importante para milhões de pessoas nesses quase 30 anos de exibição, que se divertiram enquanto aprendiam e aprendiam enquanto se divertiam.
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Crítico, Nerd, Gamer que sabe que a verdade está lá fora. Viciado em séries, cinema e cultura pop em geral. Diretor de dois curtas metragens mas que hoje prefere atuar nos bastidores. Sonha em um dia visitar Hogwarts e o Condado e deseja que a força esteja sempre com você.
Bravo, amo Flavio de Souza.