Muita polemica muita confusão

Calígula é um dos filme mais polêmicos de todos, os tempos desde brigas nos bastidores entre a produção para discutir tom da trama e  regravações com cenas extremamente explícitas chega ao público uma “Versão Definitiva” sobre épico sobre a ascensão e queda dos  mais loucos imperadores romanos.

Sinopse: Assombrado pelo assassinato de sua família, o jovem e desconfiado Calígula (Malcolm McDowell) toma o trono do decadente Império Romano ao eliminar seu avô adotivo (Peter O’Toole), mergulhando em um ciclo de corrupção, violência e insanidade

Calígula (1979) teve um dos bastidores mais caóticos da história do cinema, produzido por Bob Guccione, dono da infame revista sensual Penthouse, e roteirizado pelo italiano Gore Vidal. O filme foi dirigido por Tinto Brass, onde a visão de cada um dos envolvidos interferiu no projeto, ocasionando a saída do roteirista e do diretor. Guccione não gostou do corte inicial, juntou sua equipe e transformou o épico em um grande filme sobre sacanagem, o que gerou reações negativas na época. Calígula ficou marcado na história do cinema como um dos filmes mais polêmicos de todos os tempos.

Quando ouvi falar sobre Calígula, não imaginava o quão chocante e perturbador ele seria, principalmente a versão de cinema, que contém cenas explícitas e não simuladas. A falha do filme é não criar uma boa atmosfera com seu protagonista complexo, Calígula, interpretado por Malcolm McDowell (Laranja Mecânica, 1972). O filme tem cenas vazias, mas traz uma ótima fotografia e design de produção, que conseguem convencer na construção da Roma Antiga.

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O Corte Final, desenvolvido pelo historiador Thomas Negovan, refaz o longa-metragem com base no ponto de vista de Gore Vidal, tirando as cenas mais chocantes, mas mantendo-as em menor escala. Esse corte traz mais desenvolvimento aos personagens. Seu ritmo é mais lento comparado à versão anterior. Sua restauração está boa, e as novas cenas, resultado de mais de 90 horas de trabalho com arquivos, são melhores e mais profundas do que a versão de cinema.

O elenco do filme está bom. Malcolm McDowell faz um protagonista com camadas de maneira caricata e teatral. O ator consegue transmitir a megalomania e os aspectos da loucura de Calígula, sendo que os momentos de explosão são as melhores partes, onde ele ganha maior destaque. Helen Mirren (RED: Aposentados e Perigosos), que interpreta Caesonia, esposa do imperador, tem mais destaque nesta versão, trazendo certa humanidade e também um lado mais sensual de maneira menos vulgar. Teresa Ann Savoy (1955-2017), que faz Drusilla, irmã de Calígula, tem mais desenvolvimento, com uma relação mais insidiosa com seu irmão.

O roteiro de Vidal (ou parte dele) foi reescrito muitas vezes. O longa é interessante, mas peca por não aprofundar tanto os personagens. Muitas ações são jogadas de maneira jogada, especialmente em relação às personagens femininas, que funcionam mais como marionetes para Calígula do que como figuras que realmente o auxiliam a engrandecer a trama.

As cenas chocantes, mesmo em menor intensidade, fazem “certa lógica” dentro da trama. A polêmica cena do casamento, um dos pontos altos, amplifica o grau de loucura de Calígula. A paisagem na residência de Tibério interpretado por Peter O’Toole (1932-2013) continua chocante, mas com um maior apelo narrativo, influenciando as futuras ações do personagem.

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A crítica sobre o poder é bem realizada, e Calígula representa bons paralelos com o mundo de hoje, sendo um personagem que, desconectado da realidade, consegue causar medo por sua imprevisibilidade.

Calígula: O Corte Final faz um bom trabalho ao minimizar as problemáticas da versão anterior. Mesmo com seu ritmo cadenciado, que pode afastar um pouco o público, vale a pena dar uma chance a essa nova versão desse clássico cult nos cinemas.

Calígula: O Corte Final tem distribuição A2 filmes  estreia nos cinemas nacionais 5 de dezembro.

NOTA: 6/10

By Matheus Silva

Estudante de jornalismo fã da cultura pop Adora ir ao cinema vivenciar a experiência vem bom filme ou ruim (sendo ruim vai ser detonado com classe ou não) adora ouvir música e ler livros iniciante do mundo dos jogos

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