Terror japonês chega aos cinemas neste Halloween

O terror japonês “A Última Invocação”, é o novo filme do diretor Hideo Nakata (Ring – O Chamado). No longa acompanhamos Naoto Ihara (Daiki Shigeoka) que vive feliz com a esposa Miyuki e o filho Haruto (Minato Shogaki). Quando Miyuki morre em um acidente, Haruto decide enterrar um dedo da mão no jardim na esperança de que, rezando todos os dias, ela volte à vida. Um dia Hiroko Kurasawa (Kanna Hashimoto) visita a aos dois e testemunha Haruto gritando palavras estranhas no quintal. A partir disso uma série de acontecimentos sombrios começam a perturbá-la.

O filme começa bem, seus primeiros 50 minutos funcionam e criam um bom clima de tensão e terror. A construção da narrativa é fluída e a energia parece muito com “Ring”. Porém, quando o longa decide ir pro sobrenatural e no momento em que um médium entra na história, o filme se perde e vai ladeira abaixo.

O horror asiático é diferente do ocidental, por muitas vezes constrói melhor seus momentos de tensão. O sobrenatural é muito explorado nesse âmbito, mas o baixo custo de produção é notável e o final acaba sendo risório ao invés de assustador.

A parte investigativa e os plot twists do final não convencem. A sensação que fica é de havia muito potencial, mas foi desperdiçado. As camadas sobre traição, possessividade e controle estão aí, mas os últimos 5 minutos de rodagem mata todos esses contextos por uma tentativa de surpreender o espectador.

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Nakata é um bom diretor para construir o clima dos filmes e deixar a tensão no ar, mas tem dificuldades na metade final de suas histórias. Em “Ring” faz quase tudo bem, até o final. E aqui faz da primeira metade um filme muito interessante, mas que quando vira a chave pra investigação e explicações fica desinteressante e todos os problemas de orçamento começam a surgir na tela.

By Matheus Gomes

Gaúcho, vive em Buenos Aires (ARG) e amante da sétima arte desde pequeno. Produtor audiovisual independente na GAMA12 Produções, esteve no Festival de Cannes 2019 com o projeto "3 dias em Cannes" e foi assistente de produção de obra teatral na Argentina.

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