O anjo da música perdeu a voz
Na Mostra de São Paulo, também tivemos a oportunidade de ver o retorno de Angelina Jolie ao cinema. Mas será que o filme é bom? É um bom retorno? Vamos descobrir.
Sinopse: Angelina Jolie interpreta Maria Callas, uma das mais icônicas cantoras de ópera do século XX, no filme Maria, dirigido pelo aclamado Pablo Larraín. O longa retrata o período em que a soprano greco-americana se refugia em Paris, após uma vida pública marcada pelo glamour e pela turbulência. Maria revisita os últimos dias da lendária artista, destacando o momento em que ela reflete sobre sua trajetória e identidade na Paris dos anos 1970.
O filme segue todas as batidas de um filme biográfico, mostrando a última semana de vida da cantora de ópera Maria Callas, além de seguir o estilo do diretor Pablo Larraín, que ficou conhecido por colocar grandes atrizes em foco.
O modo como o filme é visto e filmado segue a estética dos anos 70; você se sente na década, tanto na forma como é dirigido quanto na ambientação, que te coloca naquele mundo.
Mas, sem dúvidas, o maior destaque do filme é Angelina Jolie. Mesmo que seja claramente uma performance “Oscar Bait”, ela consegue convencer como uma cantora de ópera e faz você acreditar que está cantando. Você vê a vulnerabilidade de Maria Callas, como ela vai se degradando e como a perda da voz, uma das maiores cantoras de ópera, a afeta.
O restante do elenco é competente; eles cumprem seu papel, fazendo a história avançar, mas nenhum se destaca tanto quanto Angelina Jolie, que “engole” o filme para si.
O filme tem um ritmo lento, com um roteiro que segue a mesma cadência, não sendo um filme para todo mundo. É um filme de arte, com partes em preto e branco e um ritmo que é quase como apreciar um vinho, quase te obrigando a admirar a atriz principal.
No fim, Maria Callas é um bom filme, que conta muito bem a história de uma das maiores cantoras de ópera, com uma performance principal que faz valer o seu tempo, mas que, no fundo, não é para todo mundo.
Nota: 6/10