O documentário eterniza um legado.

É difícil desvincular a imagem de Christopher Reeve do Superman, cabendo a afirmação egoísta “ele nasceu para interpretar esse papel”. Com seu carisma e seu olhar gentil, o ator em Superman (1978), mostrou ao mundo que o homem é capaz de voar e a existência precisa de esperança. Atualmente, se muitos jovens nerds gritam nos cinemas com o gênero Super-Herói com respeito, isso se deve ao legado dele.

O documentário “Super/Man: A História de Christopher Reeve” transcende a realização pessoal do ator com o personagem, focando no que viria depois. Apresenta um recorte inédito para o público mais novo, o grande ativista que Reeve foi na causa de pesquisas de lesões na medula espinhal. A voz que ele deu à causa após ter que fazer uma escolha que, naquele momento, era difícil, decidir se era válido continuar vivendo tetraplégico. Existem diversas questões filosóficas que ultrapassam o filme, mas a base é amor, família e esperança.

A montagem inicial já quebra a estrutura de um documentário convencional que se vale do sentimentalismo barato para narrar a história de uma pessoa de maneira linear. Começa com acidente, uma escolha poética que revela bastante sobre a intenção dos diretores Ian Bonhôte e Peter Ettedgui. O acidente não significou um ponto final, mas um renascimento. Um trabalho extraordinário, que estabelece uma ligação entre o antes e o depois naturalmente, como parte de uma vida única. Reeve só enxergou assim após um tempo. Impossível não se emocionar, a homenagem é feita com tanta sensibilidade que chega até aprimorar o clássico de 78. Uma pesquisa notável que resulta em um filme que desperta a esperança, a comoção e a transformação. Um legado enorme. Ótimo começo para DC Studios.

NOTA: 9/10

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