Imagem: A2 Filmes
Honestamente, eu não sei nem por onde começar, muito menos porque aceitei o convite do meu editor para assistir tamanha aberração cinematográfica. “Deep Web: show da morte” é o tipo de filme no qual você vai assistir sem expectativas, esperando o mínimo possível, mas que consegue surpreendentemente se superar em sua capacidade de decepcionar. Ir ver esse filme foi uma experiência próxima de ir a um encontro, pedir alguém em namoro e pensar: “Poxa, o máximo que ela pode dizer é não”, e a pessoa simplesmente responde com um “eca” na sua cara. Este filme é o grande “eca” cinematográfico, sendo quase ofensivo de tão ruim.
Dirigido por Dan Zachary, o filme tenta explorar as obscuridades da dark web, deep web, ou como é conhecida entre os jovens de hoje em dia “rede social do X”. A trama gira em torno de um grupo de malucos vestidos de palhaços que sequestram várias pessoas e transmitem suas mortes ao vivo na internet. É como se fosse um “Cidade Alerta” da época do Marcelo Rezende, só que sem o sensacionalismo e com menos gore.
O filme tenta abordar toda a periculosidade que determinados lugares na internet podem representar para o indivíduo. A ideia em suma é interessante, entretanto a abordagem no qual o diretor tenta desenvolver através de um roteiro medíocre e um elenco fraquíssimo, o filme não consegue repassar ao público essa mensagem. Ele não passa absolutamente nada.Toda a trama se dá de forma confusa e quebrada e muitas vezes de forma sem nexo, onde os “vilões” muitas das vezes parecem ter super poderes, no qual consegue entrar e sair de lugares como se fosse intangíveis, ou ninjas. Os atores, principalmente os protagonistas que deveriam ser o fio condutor da trama, não passam sensação alguma para o público. Todas as expressões, falas e situações são monótonas e sem clímax algum e fazem você refletir se a pessoa que escolheu tais atores estava sóbria enquanto decidia o cast do filme.
Para filmes desse nicho, é de fato preciso uma suspensão de descrença por parte do público, porém quando o filme nos força tamanha suspensão do que é real ou não, a imersão cinematográfica é perdida. E o que era para ser um divertimento, e um escape da realidade, se torna algo tedioso e indigesto.
Com uma premissa tão fraca, seria de se esperar um filme igualmente fraco, certo? Errado! Dan Zachary quase desafia uma das principais leis da física moderna, onde para cada ação existe uma reação igual e contrária. A ação de produzir esse filme gerou uma reação desproporcional: eu e as poucas almas inocentes que estavam na sessão ficamos catatônicos diante da agressão visual, sonora e intelectual que durou intermináveis 80 minutos. Em certo ponto, comecei a sentir alívio pelas vítimas que morriam no filme, pois elas pelo menos escapavam da humilhação de continuar participando dessa atrocidade. Este filme prova que nem mesmo atores de Hollywood estão imunes ao peso de pagar boletos.
Por que você está lendo isso caro leitor? Você não tem nada melhor pra fazer na vida do que vir ler uma crítica sobre Deep Web: O show da morte ? Já que você passou por tamanha provação cognitiva, vou compartilhar uma receita muito boa de um pudim que a minha vozinha costuma fazer.
Ingredientes:
- 1 lata de leite condensado.
- 1 xícara de leite de vaca virgem.
- 4 ovos frescos, eles tem que ser bem frescos mesmo. Como aquele tipo de pessoa que reclama que mudaram a cor da pele de seu personagem fictício em alguma nova produção.
- 1 xícara (chá) de açúcar bem doce.
- 1/3 de xícara (chá) de água da marca Voss.
Passo 1: Em uma panela, misture a água e o açúcar até formar uma calda, a cor da calda tem que se assemelhar aquele cachorro caramelo gente boa que mora na sua rua.
Passo 2 :Unte uma forma com a calda e reserve.
Passo 3 : Bata todos os ingredientes no liquidificador e despeje na forma, mas antes acrescente aquela calda mil grau que você fez.
Passo 4 :Leve para assar em banho-maria por 40 minutos, se você não sabe o que é banho Maria joga aí no Google. Só cuidado pra não entrar na Deep Web ou no ex twitter sem querer.
Passo 5 :Desenforme e sirva, e engorde uns 3kg
Crítico, Nerd, Gamer que sabe que a verdade está lá fora. Viciado em séries, cinema e cultura pop em geral. Diretor de dois curtas metragens mas que hoje prefere atuar nos bastidores. Sonha em um dia visitar Hogwarts e o Condado e deseja que a força esteja sempre com você.